quarta-feira, 25 de julho de 2012

Velas de ignição: como manter em ordem e efetuar a troca

 

Com o advento da injeção de combustível e das modernas ignições, quase não se fala mais nas velas de ignição -- elas duram cada vez mais e são trocadas ainda em bom estado, na maioria dos casos. Mas esses elementos, responsáveis pela centelha (faísca) que causa a explosão da mistura ar-combustível, dando início ao processo que movimenta o veículo, merecem atenção quanto à especificação correta, inclusive em motores preparados.

Trabalho pesado   As velas trabalham em condições severas: emitem milhares de centelhas por minuto, sob uma pressão de até 15 kg/cm2 no interior dos cilindros, e atingem temperaturas extremas da ordem de 2.500°C!

É normal um pequeno consumo de seus eletrodos, o que aumenta o espaço entre eles e os torna mais arredondados -- em ambos os casos prejudicando a descarga de corrente elétrica. Por isso as velas devem ser substituídas no prazo recomendado pelo fabricante do automóvel, que varia de 10 a 40 mil km, em média.

Para durar mais   O principal fator que afeta a vida útil das velas é a regulagem dos parâmetros de alimentação e ignição. Mas o consumo de óleo, seja por desgaste dos anéis ou por vedadores de válvulas com defeito, tende a carbonizar (deixar resíduos de óleo) nas velas, reduzindo sua eficiência. Enquanto o problema não puder ser resolvido -- às vezes com retífica --, limpe as velas com maior frequência.

Um mecânico experiente sabe "ler" nas velas o resultado de problemas ou desregulagens do motor: conforme o estado e a cor dos depósitos dos eletrodos, constata se a regulagem de carburação está correta ou se uma alteração na taxa de compressão, por exemplo, foi bem-sucedida.

Fria ou quente?   As velas possuem um grau térmico, indicado por um número -- por exemplo, o "5" em BP5ES. Esse fator relaciona-se à dissipação de calor na câmara de combustão.

Chamam-se de velas frias as que possuem grau térmico inferior às recomendadas pelo fabricante, e de quentes as com grau térmico superior. Uma vela mais quente aumenta a temperatura da câmara de combustão, o que pode melhorar o rendimento em algumas situações, mas expõe o motor ao risco da detonação e pode até derreter o eletrodo central.

Com velas muito frias o desempenho piora, o consumo aumenta e surgem depósitos de carbonização nas velas e nas câmaras de combustão. Mas esta alteração pode ser necessária ao rebaixar o cabeçote ou instalar um turbocompressor, para reduzir a tendência à detonação. A mudança deve ser analisada e acompanhada por um preparador experiente, que se certificará de que o novo grau é o mais adequado ao motor.

Quatro eletrodos   As velas de quatro eletrodos, relativamente recentes, aumentam um pouco a chance de a centelha ocorrer em condições difíceis, como alta pressão na câmara ou muito calor. Em condições perfeitas, criam um cone (como é chamado o volume atingido pela centelha) de maior área -- na realidade são quatro cones pequenos, de volume maior que só um grande. Isso dá origem a uma frente de chama maior e a queima se realiza mais rápido, mas são diferenças pequenas e imperceptíveis para o motorista.

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