quinta-feira, 14 de junho de 2012

Os problemas em mexer na suspensão do carro



A suspensão é um dos mais complexos equipamentos encontrados em um veículo, mas que mesmo assim, o pessoal não dá a devida importância.

Diversas são as forças que agem contra o carro durante o movimento, e parte da função da suspensão, é a de manter não só o carro nivelado, como também os pneus em nivelamento correto em relação ao próprio carro, e ao solo.

Aqui um vídeo demonstrando o funcionamento da suspensão: http://bit.ly/LWrtd4

Como a suspensão é um conjunto de peças que trabalham articuladas, ela é projetada para uma determinada posição média de funcionamento, e que, caso seja solicitada em curva e/ou numa ondulação de pista, o pneu esteja empre na melhor condição de contato possível.


Rebaixar é uma modificação feita geralmente na mola, para fazer com que ela suba em relação ao monobloco do carro.

No projeto do carro, a suspensão estando na posição em que se encontra no carro rebaixado, é uma posição programada para ser temporária, ou seja, por apenas alguns segundos enquanto se vence um obstáculo qualquer ou durante uma curva, em que a carroceria sofre inclinação e o lado de fora da curva fica mais baixo.

Ao rebaixar, obrigando a suspensão a ficar sempre nessa posição, toda a geometria é alterada. São mais de 20 elementos geométricos envolvidos, todos que deveriam trabalhar harmonicamente, cuja alteração, por menor que seja, já causa diversos efeitos colaterais. Um bom exemplo disso, é o balanceamento de rodas. Já perceberam que uma diferença de apenas 5 gramas faz o volante vibrar? Em alguns casos, até mesmo uma pequena pelota de barro que seca dentro dos raios da roda é responsável por uma incômoda vibração no carro inteiro. Esse peso parece insignificante, mas nessa situação, não é.

E por que os carros de corrida são rebaixados?

Esse caso é diferente e precisa ser esclarecido. A física explica que quanto mais baixo for o centro de gravidade, ou seja, o peso do veículo, mais estável ele será. E um exemplo disso, sem alteração na altura do carro é o seguinte: Digamos que você tenha que levar 100 kg de bagagem em um Uno. Se você espalhar esse peso pelo assoalho dele, ao invés de pendurado no teto (pelo lado de dentro, é apenas uma situação hipotética), ele será mais estável com o peso no assoalho. Vejam que se trata do mesmo carro, mesma altura e exatamente o mesmo peso. É apenas a posição dele quem está ditando o comportamento.


Só que o carro de corrida, geralmente tem sua suspensão inteira projetada para trabalhar naquela altura. Todos os componentes, amortecedores, molas, buchas, barras estabilizadoras, bandejas, absolutamente tudo foi devidamente ajustado para atingir o ponto de equilíbrio ideal. Porém, resta mais um detalhe interessante: Na maioria dos casos (grande possibilidade de serem 100% dos casos) um carro de corrida teria péssimo desempenho e estabilidade nas ruas, devido aos diversos desníveis encontrados nas estradas, não simplesmente buracos, mas desníveis comuns, emendas das pistas, cruzamentos, etc. O projeto do carro de rua também prevê situações de risco, como um pedestre que atravessa a rua sem olhar para os lados e o motorista é obrigado a desviar, numa manobra de emergência. Nada disso existe numa pista, são situações muito diferentes.


Por mais que o rebaixamento baixe o centro de gravidade do veículo, ainda são os pneus que fazem a ligação entre o veículo e o solo. Quanto maior for o contato entre os dois, melhor será todo o comportamento. Sem o devido redimensionamento da suspensão para a nova configuração, a segurança é fatalmente prejudicada.

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