terça-feira, 26 de junho de 2012

Embreagem: sabendo usar, você pode esquecê-la

 

 A menos que possua um sistema ou câmbio automático, você a utiliza inúmeras vezes por dia, mas talvez só se lembre dela quando apresenta desgastes ou defeitos. É a embreagem. Ela existe fundamentalmente para possibilitar a ligação progressiva do motor com a transmissão nas arrancadas da imobilidade e, secundariamente, para facilitar as trocas de marcha e permitir o perfeito trabalho dos sincronizadores da caixa de mudanças. Veja como fazê-la durar mais.

Cuidado com o pé -  O primeiro mandamento para preservar a embreagem é utilizá-la apenas quando necessário. Parece óbvio, mas muitos motoristas -- às vezes sem perceber -- mantêm o pé esquerdo "descansando" sobre o pedal, o que provoca um acionamento parcial do sistema, gerando calor e desgaste prematuro. É uma causa bastante comum de embreagens que exigem substituição com baixa quilometragem de uso.


Nas subidas, use o freio -  Outro vício freqüente -- e danoso à embreagem: ao parar o carro em um semáforo ou cruzamento, em subida, muitos seguram o carro através do uso intermitente ou parcial ("meia embreagem") do pedal, levando ao desgaste prematuro. O correto é utilizar os freios de serviço (pedal) e de estacionamento (de mão), de acordo com a habilidade do motorista e o tempo de imobilização do carro. Para sair, basta liberar a embreagem ao mesmo tempo que o freio, reduzindo a "queima" da embreagem ao tempo mínimo necessário.

Respeite os limites -  Se seu carro não é um robusto utilitário ou um fora-de-estrada dotado de reduzida, evite trafegar por terrenos de baixa aderência, com subidas íngremes ou com carga muito pesada, situações em que a primeira marcha e a ré podem não ser suficientes para a arrancada. Todo uso intenso da embreagem ("queima"), com o fim de elevar as rotações do motor ao sair, provoca desgaste. Em uma solicitação mais severa, o passeio pode terminar com a queima do disco, que deverá ser substituído.

Verifique o cabo  - Observe regularmente se o acionamento da embreagem (caso não hidráulico) está macio, progressivo e sem ruídos. Em caso contrário, inspecione e troque o cabo se preciso, pois seu rompimento dificulta bastante o uso do veículo -- será preciso arrancar e imobilizar o carro aos trancos e trocar as marchas "no tempo", ou aguardar o reparo do cabo.

A regulagem -  O pedal não deve ficar "alto" nem "baixo" demais, ou seja, o ponto de acoplamento não pode estar muito distante do motorista nem muito próximo, o que traz desconforto. Alguns automóveis têm ajuste automático de folga; nos demais ela pode ser corrigida, em geral, por uma porca ou borboleta na extremidade do cabo, no cofre do motor. Um lembrete: ao instalar tapetes sobre o assoalho, verifique se não há prejuízo ao curso normal da embreagem, o que pode prejudicar os engates do câmbio.

Problemas com o cabo -  Quando o acionamento fica muito duro ou prendendo, de modo a não transmitir corretamente o movimento feito no pedal, a causa pode ser um cabo desregulado, desfiando (com tendência a se romper) ou com acúmulo de sujeira. Pode também estar endurecendo o platô da embreagem, devido ao desgaste do disco (foto), anúncio de substituição do conjunto para breve.
Trepidação   Um disco empenado, impregnado de óleo lubrificante que vazou da transmissão ou do motor (foto), ou um platô deformado por superaquecimento podem causar trepidação ao se soltar o pedal de embreagem. Nesses casos, para saná-la só trocando o conjunto.

Patinagem -  Ela começa suave, vai crescendo e pode chegar ao ponto em que não se movimenta mais o veículo: a embreagem patina por desgaste do disco e o fenômeno pode acelerar sua inutilização, pois gera mais calor. Percebe-se a patinagem quando a rotação do motor demora a cair nas mudanças ascendentes de marcha (como de 2a. para 3a.). Para contorná-la por algum tempo, acelere com cuidado depois das mudanças, evitando um esforço excessivo.

Atenção nas reduções -  Ao reduzir marchas, evite ultrapassar o regime máximo de rotações do motor (indicado pelo conta-giros ou, em sua ausência, pela velocidade correspondente em cada marcha, que deve ser conhecida pelo motorista). Engatar, por exemplo, a segunda a 120 km/h pode quebrar o disco pela força centrífuga, o que imobiliza o veículo e exige sua substituição -- mesmo que o pedal de embreagem não seja solto, pois o disco gira com o câmbio.

Seguindo as dicas, é provável que sua embreagem funcione bem por anos a fio e possa até ser esquecida no plano de manutenção do carro.


Fonte: Best Cars

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Dicas simples para poupar combistível



Lembra-se de quando um litro de gasolina custava cerca de R$ 0,65? Não faz tanto tempo (foi no fim da década passada), mas já deixa saudades na grande maioria dos motoristas. Com isso, métodos e dicas que haviam sido esquecidos voltam à tona, assim como "receitas milagrosas" para reduzir o consumo. Para que você consiga gastar menos no posto sem prejuízos ao veículo, reunimos algumas dicas simple. Confira:

Rode menos:   Parece óbvio, mas não se trata de cortar aquele passeio do fim-de-semana. A idéia é deixar o carro estacionado quando não vale a pena utilizá-lo, como em poucos quarteirões até a padaria, pela manhã, ou ao restaurante próximo do escritório. Outra sugestão é procurar sair em grupos -- para almoçar com os colegas de trabalho, por exemplo.
Evite o tráfego:   Claro que ninguém deseja perder tempo e a paciência em congestionamentos, mas quantos de nós realmente os evitam? Estudar caminhos alternativos, ouvir programas de rádio com dicas de trânsito e procurar os dias e/ou horários menos engarrafados podem ajudar muito. Outra dica é reunir várias tarefas do dia-a-dia em um mesmo percurso, definindo o melhor trajeto: além do menor tempo ao volante, você rodará com o motor sempre aquecido, em que o consumo é menor do que na fase fria.
Carro em ordem:   Há pequenos detalhes no automóvel que causam grandes estragos no consumo. Mantenha os pneus calibrados de acordo com as recomendações do fabricante (duas ou três libras a mais ajudam a consumir menos e, em pisos regulares, não prejudicam o conforto), as rodas alinhadas e balanceadas, e o motor em boas condições.

Velas desgastadas ou desajustadas, bicos injetores e filtro de ar sujos aumentam o consumo. É comum que um motorista menos cuidadoso protele certos serviços que acabam custando caro no abastecimento.


Fique de olho no peso: um bagageiro no teto ou uma carga esquecida no porta-malas dão sua parcela de contribuição para o desperdício. Evite acessórios que aumentem o atrito com o solo, como pneus mais largos; piorem a aerodinâmica, a exemplo de grandes spoilers; ou modifiquem o rendimento do motor, como escapamento esportivo e preparação mecânica -- a menos que haja utilidade para eles.


Ar-condicionado:  Que o equipamento eleva o consumo você já sabe: por isso, procure usá-lo racionalmente, rodando com os vidros abertos até que o calor acumulado no interior se disperse, por exemplo. Depois, ajuste a temperatura um pouco acima do ideal, pois assim o compressor do sistema funcionará menos e haverá alguma economia. Por outro lado, como vidros abertos em velocidade pioram muito a aerodinâmica, o ar-condicionado pode ser a melhor opção na estrada -- sem falar no conforto que oferece.
Suavidade ao volante:   Cada aceleração imprimida ao veículo representa certo consumo. Assim, dirija com suavidade: arranque e retome velocidade em ritmo moderado (sem prejudicar a fluidez do trânsito) e procure manter a velocidade mais constante.

Antecipe as razões de uma freada, como semáforos, lombadas e pedágios, desacelerando mais cedo. A diferença de consumo entre uma direção suave e uma mais agressiva pode superar 50%. Na estrada, ir mais devagar também faz boa diferença, pois a resistência do ar cresce ao quadrado da velocidade (por exemplo, a 160 km/h é quatro vezes aquela a 80).


Elimine os vícios: Muitos motoristas têm hábitos que não se justificam nos carros modernos -- ou nem mesmo nos antigos -- e se refletem no gasto de combustível. Evite aceleradas com o carro parado, nas mudanças ascendentes de marcha ou antes de desligar o motor. Ou longos minutos de aquecimento antes de sair: movimente logo o veículo, evitando grandes esforços no início. O uso do ponto-morto em descidas, além de proibido pela legislação (art. 231, inciso IX), é antieconômico: nos carros com injeção, o sistema cut-off interrompe a alimentação ao tirar o pé do acelerador com marcha engatada, representando consumo zero.

Já desligar o motor em paradas rápidas, como semáforos, pode não ser boa idéia: além de o consumo ser muito pequeno (de 1 a 2 litros por hora), há a demanda elétrica ao dar nova partida (exigindo reposição da energia na bateria, pelo alternador, que gera consumo de combustível) e a perda de tempo ao sair, prejudicial ao tráfego. Só vale a pena desligar se a parada exceder três minutos.
Menor rotação: sempre há quem duvide: nos motores a quatro tempos de ciclo Otto (e não diesel), o menor consumo é obtido com a menor rotação possível, mesmo que seja preciso acelerar a fundo para atingir o desempenho desejado. Portanto, troque de marcha bem cedo, pulando uma delas se for o caso.

A maioria dos carros pode passar de primeira para terceira a 25 ou 30 km/h e desta para quinta a 40 ou 50 km/h, por exemplo, sem esforço ou lentidão excessiva.
Combustível de qualidade: Ao abastecer, não procure só preço: um combustível adulterado -- por má-fé ou mesmo por infiltrações no tanque do posto -- pode anular facilmente a vantagem financeira, pelo maior consumo e até por prejuízos ao motor.

Desconfie de preços muito baixos (embora valor elevado não seja garantia de qualidade), procure obter referências com amigos e esteja atento a atitudes suspeitas, como a de postos que mudam de bandeira (empresa fornecedora) e mantêm a caracterização visual da marca anterior, de maior prestígio. Fidelidade a um posto também é conveniente: se houver problemas no veículo será mais fácil identificar a origem e reclamar.

Não faça misturas: álcool na gasolina, gasolina no álcool ou outras adições tendem a trazer mais prejuízos que vantagens. Se o funcionamento melhorar com a mistura, é sinal de que algo está errado com o motor. As falsas conversões para álcool também são mau negócio. E, mesmo que seja um pouco mais caro, prefira gasolina aditivada, que conserva o motor limpo e regulado. A longo prazo o lucro é certo.


Milagre não existe: Sempre que sobe o combustível, reaparecem velhas soluções que se supõem milagrosas: conversões a baixo preço, "economizadores" magnéticos, aparelhos os mais diversos. Esqueça-os: em geral, a economia que eles trazem (quando trazem) não justifica o investimento, além do risco de comprometer o motor. Siga as dicas deste artigo, deixe os espertinhos de lado e boa sorte na redução da conta no posto.


quinta-feira, 14 de junho de 2012

Os problemas em mexer na suspensão do carro



A suspensão é um dos mais complexos equipamentos encontrados em um veículo, mas que mesmo assim, o pessoal não dá a devida importância.

Diversas são as forças que agem contra o carro durante o movimento, e parte da função da suspensão, é a de manter não só o carro nivelado, como também os pneus em nivelamento correto em relação ao próprio carro, e ao solo.

Aqui um vídeo demonstrando o funcionamento da suspensão: http://bit.ly/LWrtd4

Como a suspensão é um conjunto de peças que trabalham articuladas, ela é projetada para uma determinada posição média de funcionamento, e que, caso seja solicitada em curva e/ou numa ondulação de pista, o pneu esteja empre na melhor condição de contato possível.


Rebaixar é uma modificação feita geralmente na mola, para fazer com que ela suba em relação ao monobloco do carro.

No projeto do carro, a suspensão estando na posição em que se encontra no carro rebaixado, é uma posição programada para ser temporária, ou seja, por apenas alguns segundos enquanto se vence um obstáculo qualquer ou durante uma curva, em que a carroceria sofre inclinação e o lado de fora da curva fica mais baixo.

Ao rebaixar, obrigando a suspensão a ficar sempre nessa posição, toda a geometria é alterada. São mais de 20 elementos geométricos envolvidos, todos que deveriam trabalhar harmonicamente, cuja alteração, por menor que seja, já causa diversos efeitos colaterais. Um bom exemplo disso, é o balanceamento de rodas. Já perceberam que uma diferença de apenas 5 gramas faz o volante vibrar? Em alguns casos, até mesmo uma pequena pelota de barro que seca dentro dos raios da roda é responsável por uma incômoda vibração no carro inteiro. Esse peso parece insignificante, mas nessa situação, não é.

E por que os carros de corrida são rebaixados?

Esse caso é diferente e precisa ser esclarecido. A física explica que quanto mais baixo for o centro de gravidade, ou seja, o peso do veículo, mais estável ele será. E um exemplo disso, sem alteração na altura do carro é o seguinte: Digamos que você tenha que levar 100 kg de bagagem em um Uno. Se você espalhar esse peso pelo assoalho dele, ao invés de pendurado no teto (pelo lado de dentro, é apenas uma situação hipotética), ele será mais estável com o peso no assoalho. Vejam que se trata do mesmo carro, mesma altura e exatamente o mesmo peso. É apenas a posição dele quem está ditando o comportamento.


Só que o carro de corrida, geralmente tem sua suspensão inteira projetada para trabalhar naquela altura. Todos os componentes, amortecedores, molas, buchas, barras estabilizadoras, bandejas, absolutamente tudo foi devidamente ajustado para atingir o ponto de equilíbrio ideal. Porém, resta mais um detalhe interessante: Na maioria dos casos (grande possibilidade de serem 100% dos casos) um carro de corrida teria péssimo desempenho e estabilidade nas ruas, devido aos diversos desníveis encontrados nas estradas, não simplesmente buracos, mas desníveis comuns, emendas das pistas, cruzamentos, etc. O projeto do carro de rua também prevê situações de risco, como um pedestre que atravessa a rua sem olhar para os lados e o motorista é obrigado a desviar, numa manobra de emergência. Nada disso existe numa pista, são situações muito diferentes.


Por mais que o rebaixamento baixe o centro de gravidade do veículo, ainda são os pneus que fazem a ligação entre o veículo e o solo. Quanto maior for o contato entre os dois, melhor será todo o comportamento. Sem o devido redimensionamento da suspensão para a nova configuração, a segurança é fatalmente prejudicada.